domingo, 9 de maio de 2021

Saudades de Mãe

 SAUDADES DE MÃE


     Hoje acordei com um vazio no peito, faltou chão para pisar e uma lágrima rolou pela minha face.

     Era saudades de você, mãe que está em outro plano. 

     Passou o filme de minha vida.

     Revi cenas de minha infância, quando você segurava com força minha mão, para embarcar no trem ou subir no velho bonde. As lambadas com a correia de sua máquina Singer, por meu vou já mainha e não lhe atender de imediato. Mas como disse Bráulio Bessa, “as palmadas que minha mãe me deu, não doeram a metade do que a vida me deu”. 

     Depois adolescente, você foi o colo que me consolou e o reconhecimento as minhas conquistas, mas a repreensão certa, nas horas que era o incerto.

Adulto casado e pai. Você me cuidou como se criança fosse e as vezes, você me confundia com seus netos.

     No limbo vivido, sinto saudade de você mãe enferma, que perdeu o riso farto e vegeta a espera da hora do encontro com o Pai.

     Quantas lembranças. A primeira viagem de avião para o Rio de Janeiro, o cruzeiro para Fernando de Noronha, as viagens para Fortaleza. Olho para seu quarto e lhe vejo a sono pleno. Aguardo pelo seu bom dia matinal, sempre com o sorriso nos lábios.

     Sinto saudades de você minha esposa, mulher e mãe do nosso Júlio.

     Trinta e ano vividos, só alegrias, respeito, companheirismo e cumplicidade. A mesma leoa que defende o filho, me defende e não perdoa quem me agride.

     Só Cora Coralina pode lhe descrever. 

Você é: 

Colo que acolhe,

Braço que envolve,

Palavra que conforta,

Silêncio que respeita,

Alegria que contagia,

Lágrima que corre,

Olhar que acaricia,

Desejo que sacia,

Amor que promove.


PARABÉNS A VOCÊS MÃES QUERIDAS.


Júlio Lóssio

Professor Aposentado da USP e da UFC

Acadêmico da AMLEF

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