SAUDADES DE MÃE
Hoje acordei com um vazio no peito, faltou chão para pisar e uma lágrima rolou pela minha face.
Era saudades de você, mãe que está em outro plano.
Passou o filme de minha vida.
Revi cenas de minha infância, quando você segurava com força minha mão, para embarcar no trem ou subir no velho bonde. As lambadas com a correia de sua máquina Singer, por meu vou já mainha e não lhe atender de imediato. Mas como disse Bráulio Bessa, “as palmadas que minha mãe me deu, não doeram a metade do que a vida me deu”.
Depois adolescente, você foi o colo que me consolou e o reconhecimento as minhas conquistas, mas a repreensão certa, nas horas que era o incerto.
Adulto casado e pai. Você me cuidou como se criança fosse e as vezes, você me confundia com seus netos.
No limbo vivido, sinto saudade de você mãe enferma, que perdeu o riso farto e vegeta a espera da hora do encontro com o Pai.
Quantas lembranças. A primeira viagem de avião para o Rio de Janeiro, o cruzeiro para Fernando de Noronha, as viagens para Fortaleza. Olho para seu quarto e lhe vejo a sono pleno. Aguardo pelo seu bom dia matinal, sempre com o sorriso nos lábios.
Sinto saudades de você minha esposa, mulher e mãe do nosso Júlio.
Trinta e ano vividos, só alegrias, respeito, companheirismo e cumplicidade. A mesma leoa que defende o filho, me defende e não perdoa quem me agride.
Só Cora Coralina pode lhe descrever.
Você é:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
PARABÉNS A VOCÊS MÃES QUERIDAS.
Júlio Lóssio
Professor Aposentado da USP e da UFC
Acadêmico da AMLEF
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