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Oração Acadêmica
Grandioso Deus, eterno pai, aqui
estamos reunidos em tua presença para te agradecer pelo dom da vida, pelo amor
das pessoas que nos são caras, e te pedimos humildemente Senhor, que afaste de
nós todo o mal, pela tua divina proteção.
Te pedimos sabedoria Senhor, para
que possamos conviver com nossas famílias, colegas e amigos em espírito de
fraternidade, que saibamos acolher quem precisa de uma palavra de conforto, e
que possamos estender a mão amiga quando se fizer necessário.
Não nos deixe ensoberbecer,
Senhor. Que permaneçamos serenos diante dos elogios e das críticas. Que a
sinceridade seja o alvo de nossas vidas, mas que não machuquemos a ninguém com
palavras de desamor.
Tudo isso te pedimos em clemente
oração, entregando em tuas mãos a essência de nossas vidas. Amém.
Acadêmica Michelly
Barros
22.10.22
PANDEMIA
Mesmo em casa acredito ter desenvolvido uma forma leve da
virose: Tosse, falta de paladar e de olfato foram os sintomas apresentados. De
acordo com alguns estudos científicos há indicação que o tipo sanguíneo O (o
tipo de sangue de meus pais e dos cinco filhos) seja o que possui menor grau de
complicações, e realmente acredito nisso já que minha irmã fez teste e
comprovou que tivera o tal vírus que veio da China e só precisou tomar os
medicamentos passados diante dos primeiros sintomas, graças a Deus.
Não vou negar: Já fui três vezes ao shopping. Poderia ter
esperado um pouco mais? Talvez, mas alguns assuntos pendentes exigiam minha presença
naquele oásis de compras. Vi com tristeza lojas sem clientes, vendedores com
olhares perdidos, lugares vazios onde antes havia quiosques sempre tão
movimentados. Fico imaginando quantos empregos foram perdidos e me pergunto o
que essa multidão de desempregados irá fazer para sobreviver.
Por
exigência de uma das redes de ensino onde trabalho, para resguardar minha saúde
(sim, sou doce, tenho diabetes), tive que ir ao médico para conseguir laudo que
atestasse essa minha inclusão no grupo de risco da COVID – 19, mas não sei
ainda se as comorbidades serão levadas em consideração na volta às aulas
presenciais.
Enquanto
eu aguardava minha vez de ser atendida notei que havia cadeiras marcadas com um
X em vermelho, alertando que aquelas não deveriam ser utilizadas, obviamente.
Pois não é que uma criatura chega tossindo, com máscara no queixo e senta-se
bem ao meu lado? Incrédula, viro-me cortesmente para ela e digo:
-
Senhora, essa cadeira não pode ser ocupada. Tem-se que manter distância. Por
isso a cadeira está marcada com um X.
Ela
olha para mim com cara de deboche e não responde nada, mas percebo o ar de
desdém em seu rosto. Levo em consideração que ela é mais velha do que eu e
tento argumentar.
Repito
a advertência verbal, mas sem efeito. Olho para ela mais atentamente e percebo
que ali há uma inegável ignorância, explícita em suas ações, e irredutível, sem
se abalar, a miserável permanece lá sentada, balançando a perna cruzada.
Meu
cérebro reptiliano, aquele de dimensões primitivas, me impulsiona e avalio o
que aconteceria se em um rompante eu a puxasse pelo braço ou pelos cabelos e a
tirasse de perto de mim, ensinando-lhe bons modos...
Mas
para a sorte de todos era segunda-feira de manhã: Não queria estragar minha
semana com um fato de pequena importância, apesar de ter me zangado. Respirei
profundamente. A sensatez prevalece e afasto-me indo sentar-me em outro assento.
Considerei e não coloquei minhas mãos naquela ridícula, afinal não havia levado
meu álcool em gel.
A
cena é observada por alguns outros pacientes que ficam abismados com a
ignorância daquele ser ignóbil. Uma senhora que se indignara com o episódio olha
para mim me apoiando e fala em som audível: “ É por isso que o vírus se
espalha. O pessoal não quer obedecer regras! É bem feito que o governador feche
tudo de novo!”
A
outra, sentindo-se citada, responde:
-
Eu já tive essa doença. Quanto mais medo a pessoa tiver aí é que se pega mesmo. – Diz ela, querendo se
justificar. E mesmo que já tenha sido acometida pelo vírus, ninguém garante que
ela esteja realmente imune ou que não possa ser transmissora da doença.
Ela
olha para mim, me observa, percebo através de minha visão periférica. Fico só
refletindo: Da virose a senhora pode ter ficado curada, mas da ignorância,
duvido.
***
MIBAAS
– 01.08.20
Sensacional! Excelente texto!
ResponderExcluirMuito obrigada.
ExcluirExcelente leitura!
ResponderExcluirExcelente, esta é a Michelly que conheço, filha do inesquecível Elias e da senhora Jarina.
ResponderExcluirLembro quando você me contou esse episódio 🌻
ResponderExcluirVerdade.
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